Sabemos que o lipedema excede uma mera condição de acúmulo de gordura corporal, envolvendo também um cenário de disrupção endócrina, vascular e inflamação, fatores que dificultam o seu tratamento e merecem atenção. Contudo o déficit calórico ainda é soberano no contexto da bioquímica do emagrecimento, e deve, não isoladamente, ser alcançado no manejo desta condição.
Atualmente não há consenso acerca da terapia nutricional mais eficaz no tratamento do lipedema, onde diferentes estratégias nutricionais já foram propostas e avaliadas. Alguns autores já avaliaram o potencial da dieta cetogênica baixa em calorias no manejo do lipema, cujos resultados apresentaram redução significativa do peso corporal, diminuição de dores associadas ao lipedema e melhora na qualidade de vida, sugerindo a dieta cetogênica baixa em calorias como potencial terapia nutricional no manejo do lipedema.
Cabe destacar que mesmo em meios a tais resultados, a literatura ainda carece de força de evidência científica, sendo necessários novos estudos para consolidar possível entendimento, além de que, apesar dos resultados promissores, os estudos de maior duração ocorreram ao longo de 28 semanas, devendo também ser avaliado a adesão e o efeito a longo prazo da intervenção. Por fim, outros parâmetros merecem atenção avaliativa, a fim de sabermos que tais resultados estão atrelados exclusivamente ao perfil dietético (pobre em carboidratos e rico e gorduras) ou meramente ao déficit calórico.